5 Coisas que Você precisa saber sobre uso das Imagens do Google Earth!

Você precisa saber sobre as imagens do Google Earth

Você usa imagens do Google Earth para seus projetos? Tem muitas coisas sobre essas imagens que são desconhecidas da maioria dos profissionais. Nesta matéria vamos destacar 5 fatos sobre essas imagens que você precisa saber agora!

Todas as informações contidas nesta matéria são baseadas na documentação dos “Termos de Serviço e Licença” do Google Earth, tanto para o uso das imagens como do software.

1. NÃO É PERMITIDO O USO COMERCIAL

Uma primeira coisa que você precisa saber sobre as imagens do Google Earth é que elas não podem ser empregadas para fins comerciais. É permitido o uso das imagens para fins acadêmicos, desde que sejam dados os devidos créditos.

Podemos observar um trecho sobre os termos de uso que deixa claro que as imagens não devem ser utilizadas para atividades que geram receita.

Trecho da documentação mostrando que as imagens do Google Earth não é permitido da fins comerciais

Um detalhe importante sobre não utilizar as imagens para fins comerciais é que não é permitido remover a logomarca dos Basemaps do Google!

2. NÃO SÃO IMAGENS DE SATÉLITE

Uma segunda coisa que precisamos saber sobre as imagens do Google Earth é que elas não são imagens de Satélite puras. Na verdade, elas são uma composição (mosaico) de fotografias aéreas, modelos digitais de elevação e, claro, imagens de Satélite!

Essa é uma informação importante, pois essas imagens não possuem as propriedades espectrais necessárias para realizar análises de Geoprocessamento, PDI (Processamento Digital de Imagens), entre outras operações.

Sobre imagens que podem ser alternativas para as do Google Earth, com as devidas características espectrais, veja os links abaixo:

3. DATA DAS IMAGENS

O terceiro fato que você precisa saber sobre as imagens do Google Earth é que elas não são em tempo real, então não veremos alterações ao vivo.

Por ser um mosaico de imagens, trechos de uma mesma cena de uma área que está sendo analisada podem ter datas de coletas diferentes, isso é informado dentro da documentação do Google.

Na imagem a seguir podemos observar um trecho da documentação onde menciona a questão das datas, destacando que em algumas ocasiões não se tem a data exata que foi gerada aquela imagem sendo exibido um período que a foto foi gerada.

Trecho da documentação das imagens do Google Earth sobre as datas

As datas das imagens do Google Earth não são confiáveis podendo causar possíveis erros na elaboração de trabalhos.

4. DISTORÇÃO DAS ÁREAS

As imagens do Google Earth utilizam um tipo de projeção chamada Web Mercator, também conhecida como WGS84/Pseudo-Mercator, usada desde 2005. Outros servidores online também utilizam o mesmo tipo de projeção como por exemplo o Bing Maps. Este tipo de projeção tem como característica distorcer os valores das áreas, quanto mais se afasta da linha do Equador maior será a distorção.

Essas imagens são muito utilizadas por profissionais que trabalham na área de cadastramento ambiental rural para a realização de cálculos de áreas das propriedades, isso pode causar distorções nos valores. Podemos observar um exemplo na imagem a seguir:

Imagem ilustrativa CAR mostrando distorção da área calculada
Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (14/02/17)

Na imagem você perceberá a baixa precisão para cálculos de área, a área divulgada para a região Norte do país, havia uma estimativa de área cadastrável de cerca de 93,7 milhões de hectares, sendo que foram cadastrados cerca de 125,6 milhões de hectares. Com base nesses dados perceberá que os valores estão cerca de 34% a mais do que os hectares que existem na região Norte que poderiam ser cadastrados.

Outro caso semelhante, quando se somavam as áreas das propriedades rurais levantadas pelo CAR para o estado de São Paulo, a soma das propriedades dava um total de 14% a mais do que toda a área do estado de São Paulo.

Boa parte desses erros podem ser pela utilização das imagens do Google Earth para realizarem o cálculo de área. Pode haver outros fatores envolvidos, mas o que é mais observado nos escritórios de consultoria ambiental e de profissionais que trabalham na área de cadastramento rural é o uso inapropriado dessas imagens.

Dessa forma, as imagens do Google Earth NÃO são confiáveis para trabalhos envolvendo cálculos de área!

5. PRECISÃO POSICIONAL

Por fim, é importante comentar sobre a questão da precisão posicional das imagens, considerando alguns fatores como a angulação não adequada na obtenção de imagens gerando uma precisão posicional muito baixa, podendo variar de cena para cena!

Na imagem a seguir podemos observar várias edificações com angulações diferentes o que prejudica a precisão posicional.

Imagem do Google Earth de JP para explicação de Precisão Posicional

O ideal para trabalhos de mapeamento seria observar dos prédios somente a cobertura e não a lateral.

Para a realização de trabalhos que exijam alta precisão de localização as imagens do Google Earth não são recomendadas!

Recomendação de Leitura – Dissertação de Mestrado: Proposta Metodológica para Validação de Imagens de Alta Resolução do Google Earth para a Produção de Mapas (LOPES, 2009)

QUER VER ESSE CONTEÚDO EM VÍDEO?

Preparamos uma aula em vídeo sobre esse assunto. Você pode assistir abaixo. Caso não esteja visualizando, clique aqui para assistir diretamente em nosso canal. Lembrando:

TEM DÚVIDAS SOBRE GOOGLE EARTH?

Você ficou com alguma dúvida sobre esse assunto? Deixa aqui nos comentários.

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Anderson Medeiros

Anderson Medeiros

Graduado em Geoprocessamento pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). É o autor do site https://clickgeo.com.br que publica regularmente, desde 2008, artigos dicas e tutoriais sobre Geotecnologias, suas ferramentas e aplicações.
Em 2017 foi reconhecido como o Profissional do ano no setor de Geotecnologias. Atua na área de Geoprocessamento desde 2005.

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Sobre Anderson Medeiros

Ele já foi reconhecido como o Profissional do Ano no Brasil no setor de Geotecnologias. Graduado em Geoprocessamento, trabalha com Geotecnologias desde 2005. Já ministrou dezenas de cursos de Geoprocessamento com Softwares Livres em diversas cidades, além de outros treinamentos na modalidade EaD. Desde 2008 publica conteúdo sobre Geoinformação e suas tecnologias como QGIS, PostGIS, gvSIG, i3Geo, entre outras.

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