Qual sua maior dúvida quando se fala em conceitos relacionados com Sistemas de Informação Geográfica (SIG)? Muitos de nossos leitores têm entrado em contato usando o espaço para comentários nos artigos e o formulário disponível aqui no site, questionando sobre um tema bastante relevante: Interoperabilidade! Quais as aplicações práticas que ela tem em projetos de Geoprocessamento?
DÚVIDAS COMUNS GEOPROCESSAMENTO
Esta matéria faz parte de uma série iniciada há algum tempo, sobre dúvidas comuns sobre SIG. No primeiro artigo abordamos como tema os arquivos PRJ (*prj), que têm ligação com o sistema de projeção cartográfica dos shapefiles. Naquela ocasião, foi dada uma explicação sobre estes arquivos, sua importância e onde podem ser obtidos.
Qual sua “dúvida comum”, muitas vezes considerada “básica” ou de “iniciante” sobre SIG? Lembre-se, nenhuma pergunta é “boba”, pois ela reflete o interesse em se obter o conhecimento. O ruim é achar que não é necessário compreender os conceitos e acabar se complicando por conta disso mais à frente!
O QUE É INTEROPERABILIDADE
Para entender de uma vez só o que é e para que serve a interoperabilidade vamos dar um exemplo prático: Em projetos de Geoprocessamento é muito comum trabalharmos com dados oriundos de diferentes fontes, o que inclui produzidos em softwares totalmente distintos em sua natureza (linguagem de programação, formatos nativos, etc).
Se dois sistemas são capazes de, de forma eficiente, se comunicarem, suportando dados um do outro (leitura e escrita), eles são considerados interoperáveis. É importante que eles trabalhem com formatos abertos, tais como o shapefile, KML, WMS e outros que seguem os padrões do Open Geospatial Consortium (OGC). Sobre estas especificações do OGC, recomendo que leia:
Para ilustrar o que foi dito acima: Um arquivo shape criado no gvSIG pode de maneira natural ser editado vetorialmente, reprojetado e assim por diante no Quantum GIS (QGIS) e ser posteriormente manipulado pelo uDig, Kosmo, GRASS, ou outros programas que ofereçam suporte àquele formato. Assim, esses programas computacionais, conversam entre si, são interoperáveis.
É importante notar também que há graus ou intensidades de interoperabilidade quando comparamos programas. Algo que exemplifica isso é o que ocorre com o ArcGIS e os programas open source citados anteriormente. Embora todos leiam o shapefile, que é nativo (originalmente criado pela empresa mãe dos softwares da família ArcGIS) o mesmo não ocorre em todos os casos com o formato Geodatabase, também criado pela ESRI.
Trabalhando com dados abertos, que são suportados pela grande maioria dos sistemas computacionais, prezados pela interoperabilidade. Isso pode prevenir um problema sério que pode facilmente surgir ao trabalharmos com SIG: a incompatibilidade. Além disso, pensando no usuário final, essa prática irá colaborar para integração com outras bases de dados sem maiores dificuldades.
Por outro lado, quando o software “padrão” utilizado por sua equipe não possibilita a conversão de determinado arquivo e seu tratamento, isso poderá, no mínimo, roubar tempo do trabalho.
QUAL SUA DÚVIDA?
Conseguiu entender o ponto? Tirou sua dúvida sobre esse tema? Tem alguma dúvida ainda sobre interoperabilidade? Deixem seus comentários. Caso queria fazer alguma observação sobre algo que faltou ser comentando nesta explicação, fique à vontade para dar sua contribuição.
Em breve, publicaremos a sequência da série dúvidas comuns sobre SIG.
3 respostas
Caro Anderson, existe em algum lugar pela internet informações sobre as extensões (.shp, .cad e outras) que o ARCGIS, principalmente a versão 10, e o QGIS suportam?
Atenciosamente,
Obrigado, este post foi bastante util
Tirou muitas dúvidas minhas. Obrigada!
Uma sugestão de tema de artigo futuro seria sobre a diferença entre escala e resolução espacial. Leio, leio, mas não entendo.